Bandeira
Nacional
Agradecimentos:
FIF8 de 1999 e Divisão de Informação
e RP do Ministério da Defesa. |
Segundo
a tradição, durante as primeiras lutas pela independência
de Portugal, D. Afonso Henriques teria usado um escudo branco
com uma cruz azul, a exemplo de seu pai, o Conde D. henrique,
cujas armas eram simbolizadas pela cruz em campo de prata.
De
D. Sancho I a D. Sancho II, as armas reais eram representadas
por cinco escudetes de azul em campo de prata, dispostos em cruz,
os dos flancos deitados e apontados ao do centro. Cada escudete
era semeado com um número elevado e indeterminado de besantes
de prata. Sobre a origem e simbolismo destes escudetes existem
muitas teorias. Segundo as duas mais conhecidas, os escudetes
aludem às cinco feridas recebidas por Afonso Henriques
na Batalha de Ourique ou às conco chagas de Cristo.
Com
D. Afonso III as armas do reino receberam uma bordadura de vermelho,
semeada com um número indeterminado de castelos de ouro,
escolhida em lembrança do avô, D. Afonso III de Castela.
A tendência de fixação de números,
frequente em heráldica, levou a uma estabilização
do número de besantes dos escudetes em cinco, dispostos
dois, um dois.
Durante
o período de D. João I a D. Afonso V as armas reais
eram de prata, com cinco escudetes de azul dispostos em aspa.
É desta época que se conhecem as primeiras referências
designando os escudetes por "quinas". Tinha também
uma bordadura de vermelho semeada de castelos de ouro e sobre
ela as pontas da cruz verde floretada da Ordem de Avis.
D.
João II mandou que fossem retirados das armas reais os
remates de flor-de-lis e que se colocassem verticalmente as quinas
laterais no escudo. O número de castelos de ouro na bordadura
vermelha variava sendo a tendência de sete ou oito nas bandeiras
usadas naquela época.
No
reinado de D. Manuel I as armas reais foram fixadas em fundo branco.
Tinham ao centro o escudo português com uma bordadura de
vermelho carregada de sete ou oito castelos de ouro e sobre ele
foi colocada uma coroa real aberta. A forma do escudo diferiu
nos dois reinados. Enquanto no de D. Manuel predominava o escudo
rectangular com a parte inferior terminando em cunha, no reinado
de D. João III acentuou-se a forma rectangular com o fundo
redondo - o chamado escudo português. O mesmo aconteceu
quanto às quinas que acompanharam aquels formas.
No
final do reinado de D. Sebastião a coroa que figurava sobre
o escudo foi substituída por uma coroa real fechada. Nas
bandeiras desta época figuravam inicialmente coroas fechadas
dispondo de um ou de três arcos à vista, os quais
se conservaram até ao fim da monarquia. O aparecimento
da coroa fechada estava relacionado com o reforço de autoridade
do poder real. Durante o governo dos reis espanhóis, o
escudo português não sofreu alteração,
uma vez que as armas dos dois países se mantiveram sempre
separadas.
Na
aclamação de D. João IV, a bandeira branca
com o escudo nacional, encimado pela coroa real fechada com os
cinco arcos em vista, constituiu o símbolo da Restauração.
Embora neste período a bandeira não tenha sofrido
alterações significativas, no reinado de D. João
V, o escudo foi modificado com uma fantasia ao gosto da época,
terminando o bordo inferior em bico de arco contracurvado e a
coroa passou a conter um barrete vermelho ou púrpura.
No
reinado de D. João VI foi colocada por detrás do
escudo uma esfera armilar de ouro em campo azul, simbolizando
o reino do Brasil, e sobre ela figurava uma coroa real fechada.
Após a morte do Rei a esfera armilar foi retirada das armas,
remetendo-se o símbolo real à expressão anterior,
em que algumas das versões usaram um escudo elíptico,
com o eixo maior na vertical.
O
decreto da Regência em nome de D. Maria II, de 18 de Outubro
de 1830, determinou que a bandeira nacional passasse a ser bipartida
verticalmente em branco e azul, ficando o azul junto da haste
e as Armas Reais colocadas no centro, assentando metade sobre
cada uma das cores.
Após
a instauração do regime republicano, um decreto
da Assembleia Nacional Constituinte, datado de 9 de Junho de 1911,
publicado no Diário do Governo nº 141 do mesmo ano,
aprova a bandeira nacional que substituiu a bandeira da Monarquia
Constitucional. Este decreto teve a sua regulamentação
adequada, publicada no Diário do Governo nº 150 (decreto
de 30 de Junho).
A
bandeira nacional é bipartida verticalmente em duas cores
fundamentais, verde escuro e escarlate ficando o verde do lado
da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas
cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentando
sobre a esfera armilar manuelina em amarelo e avivada de negro.
O
comprimento da bandeira é de vez e meia a altura da tralha.
A divisória entre as duas cores fundamentais deve ser feita
de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados
pelo verde e os três quintos restantes pelo vermelho. O
emblema central ocupa metade da altura da tralha, ficando equidistante
das orlas superior e inferior.
Significado dos símbolos e cores da Bandeira Nacional
As 5 quinas
simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na
batalha de Ourique.
Os pontos dentro das quinas representam as 5 chagas de Cristo.
Diz-se que na batalha de Ourique, Jesus Cristo crucificado apareceu
a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!''.
Contando as chagas e duplicando por dois as chagas da quina do
meio, perfaz-se a soma de 30, representando os 30 dinheiros que
Judas recebeu por ter traído Cristo.
Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso
Henriques conquistou aos Mouros.
A esfera armilar simboliza o mundo que os navegadores portugueses
descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram
ideias e comércio.
O verde simboliza a esperança. O vermelho simboliza a coragem
e o sangue dos Portugueses mortos em combate.
Autores da Bandeira Republicana: Columbano, João Chagas, Abel
Botelho.